A reabilitação neuropsicológica tem um papel importante na recuperação da função cognitiva mas também na normalização da dimensão emocional e comportamental após um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Um plano de reabilitação neuropsicológica tem início com uma avaliação neuropsicológica que ajuda a identificar as sequelas cognitivas e emocionais do AVC e que permite definir o potencial de reabilitação. Fazendo sentido intervir, definem-se os objectivos específicos da intervenção em conjunto com a pessoa e com a família. A eficácia do plano é avaliada em função do cumprimento ou não dos objectivos inicialmente propostos.
Quando se conclui que existe potencial de restituição da função afectada (por exemplo, da memória ou da concentração), pretende-se estimulá-la até que esta melhore. A estimulação cognitiva pode englobar técnicas de natureza variada, nomeadamente o treino cognitivo (normalmente computorizado) e a simulação de actividades do quotidiano (ex: tarefas que faziam parte do dia-a-dia da pessoa). Estas técnicas pretendem aproximar a pessoa o máximo possível do seu nível funcional antes do AVC.
Quando não é possível restituir a função, são propostas estratégias compensatórias (por exemplo uma agenda ou um sistema de post-its como auxiliar de memória) e realiza-se o ensino da utilização das mesmas junto da pessoa e da família.
À semelhança do que acontece com as restantes áreas de intervenção, o objectivo máximo é o de promover a autonomia, funcionalidade e qualidade de vida da pessoa.
Finalmente, é de referir que a reabilitação neuropsicológica engloba o acompanhamento emocional e logístico das famílias durante o processo de recuperação. As sequelas de um evento de saúde como este podem implicar mudanças importantes e perturbações emocionais complexas, pelo que requerem uma orientação de um profissional que saiba trabalhar os processos psicológicos inerentes.
Texto: NeuroSer