A Terapia da Fala é uma das áreas que intervém na reabilitação de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Dependendo do tipo e localização da lesão, podem surgir diferentes complicações, tanto a nível da linguagem (afasia), dos défices motores ao nível da fala (disartria) e/ou da deglutição ‘’ato de engolir’’ (disfagia).
O principal objectivo da Terapia da Fala é maximizar a comunicação, amenizando as capacidades perdidas para que seja recuperada alguma autonomia e exista um aumento da funcionalidade nas rotinas diárias. Existe também um enfoque, quando necessário, na promoção da capacidade de deglutição.
Caso se evidenciem alguns destes sinais, deve ser iniciado um processo de avaliação, onde deverão ser identificadas as dificuldades, ao nível da comunicação global, da linguagem, da mobilidade nos músculos envolvidos na fala e da deglutição.
Após a avaliação, e caso seja necessária intervenção, esta deve ser individualizada, sendo elaborado um plano de intervenção, adaptado a cada pessoa e às suas necessidades, com base nas diferentes dificuldades e capacidades identificadas durante o processo de avaliação, e tendo em conta os objectivos e as expectativas da pessoa e do terapeuta. É também delineada a frequência e a duração das sessões. Durante todo o processo de intervenção deve existir uma monitorização do plano e reavaliação da pessoa, garantindo-se um acompanhamento centrado na pessoa e nas capacidades que forem sendo adquiridas.
O apoio à família/cuidadores, como intervenção indirecta, é primordial nestes casos, focando-se no ensino de técnicas e estratégias facilitadoras da comunicação, nos casos de afasias ou disartrias. E, no caso de disfagias, no ensino e em eventuais alterações na consistência dos alimentos, e no treino de diferentes técnicas e manobras facilitadores da deglutição, de forma a potenciar a qualidade de vida da pessoa.
Artigo por: Jéssica Brás – Terapeuta da Fala no NeuroSer