A Terapia Ocupacional foca a sua intervenção na capacitação da pessoa para o desempenho e envolvimento em ocupações que a própria considere como significativas, sendo que estas ocupações poderão estar relacionadas com os autocuidados, com lazer ou com produtividade.
Na sua intervenção, o Terapeuta Ocupacional tem em consideração três dimensões, sendo elas a pessoa, a ocupação e o ambiente, podendo intervir em cada uma delas.
A abordagem da Terapia Ocupacional na demência assume um papel essencial, quer na intervenção directa com a pessoa com demência, quer com os cuidadores. O Terapeuta Ocupacional é um profissional qualificado para intervir:
- ao nível das Actividades da Vida Diária, realizando por exemplo, treino de alimentação ou treino de higiene;
- na manutenção e promoção da participação em ocupações que vão ao encontro dos desejos e necessidades da pessoa;
- na promoção da participação em actividades terapêuticas estimulantes em termos cognitivos, motores, emocionais e sensoriais;
- na graduação das ocupações, por forma a permitir à pessoa um maior sucesso no seu desempenho;
- na adaptação do ambiente físico à pessoa com demência, permitindo assim a diminuição do risco de quedas e uma maior segurança;
- no apoio e aconselhamento dos cuidadores.
Nas fases iniciais da demência, o papel do Terapeuta Ocupacional está principalmente relacionado com a informação prestada à pessoa e ao cuidador, com a adaptação do ambiente, por forma a garantir a segurança e na manutenção das Actividades Instrumentais da Vida Diária (como por exemplo, a utilização do telefone ou a gestão da correspondência).
À medida que a doença progride, o papel do Terapeuta Ocupacional passa a estar cada vez mais relacionado com a garantia do bem-estar e qualidade de vida da pessoa e dos cuidadores. Desta forma, existe uma maior incidência na intervenção a nível sensorial, com repetição de actividades prazerosas que aumentem o sentido de familiaridade da pessoa e no treino de técnicas que facilitem o cuidado.
Texto: NeuroSer