As interfaces cérebro-computador consistem na comunicação directa entre o cérebro humano e um dispositivo externo.
Esta tecnologia integra o conhecimento de áreas tão vastas como a engenharia, a biologia e as neurociências.
Como funcionam?
A utilização desta tecnologia baseia-se na medição da actividade eléctrica do cérebro.
O nosso cérebro possui diversos tipos de células, onde se incluem os neurónios e cujo funcionamento implica a passagem de impulsos eléctricos que permitem a comunicação e a integração de informação entre as diferentes áreas cerebrais.
As interfaces “computador-cérebro” utilizam a leitura desta actividade eléctrica para medir diferenças de voltagem entre os neurónios. Os sinais captados são amplificados e filtrados para melhorar a resolução e a clareza do sinal. O sinal é, então, convertido em valores digitais e transmitidos para computadores, que processam esses sinais para realizar uma determinada tarefa.
Como se lê o sinal eléctrico cerebral?
A forma mais comum, não invasiva e indolor de medir este sinal, é através de sensores eléctricos, que são colocados na superfície do couro cabeludo, como é o caso do electroencefalograma (EEG).
A análise de um EEG é complexa devido à grande quantidade de informação recebida de cada eléctrodo. Diferentes tipos de sinal são classificados de acordo com a frequência, origem e até a forma da onda.
A utilização de softwares sofisticados permitem interpretar padrões de actividade cerebral e traduzi-los em comandos para controlar um dispositivo externo, como uma prótese ou um computador.
Esta tecnologia tem vindo a ser aplicada com fins médicos, para ajudar pessoas que, por doença ou por lesão cerebral (por exemplo um AVC), ficam impossibilitadas de falar.
Com algum treino, o sistema permite que a pessoa aceda ao computador, escreva mensagens e controle até o ambiente circundante (televisão, estores…), devolvendo-lhe alguma autonomia e melhorando a sua qualidade de vida.
Revisão Clínica: Inês Tello