Com o aumento da esperança média de vida, aumenta também a comorbilidade de patologias associadas ao envelhecimento e a consequente busca por novas terapias e abordagens de tratamento das doenças do cérebro. Neste contexto específico, as técnicas de neuromodulação, onde se enquadra a Estimulação Magnética Transcraniana (TMS – sigla inglesa), têm tido avanços promissores e suscitado grande interesse por parte da comunidade científica pelo seu potencial terapêutico, nomeadamente após um AVC.
A TMS é considerada uma técnica de neuromodulação não invasiva porque não implica nenhum procedimento doloroso nem envolve instrumentos que rompam as barreiras naturais do corpo humano.
Esta técnica é baseada no princípio da indução electromagnética, ou seja, um pulso de corrente electromagnética passa por uma bobine, colocada sobre a cabeça da pessoa e induz um campo eléctrico no cérebro.
A TMS modifica a excitabilidade entre os neurónios e activa diferentes estruturas do cérebro ao longo de conecções específicas.
A utilização clínica da TMS obedece a normas éticas e a procedimentos bem estabelecidos que minimizam quaisquer riscos e fazem com seja considerada uma técnica segura para a modulação não-invasiva de regiões corticais.
Diversos estudos demonstraram que a técnica pode ser útil para várias condições neurológicas (por exemplo, Acidente Vascular Cerebral) e condições psiquiátricas (como a depressão major ou alucinações auditivas). No entanto, não se trata de uma cura mas sim de uma intervenção complementar cuja plena potencialidade ainda está a ser investigada. Novos estudos estão a ser desenvolvidos e espera-se que em breve a sua aplicação possa ser realizada em estudos clínicos com um largo número de pessoas e testando a sua eficácia a longo prazo.
Revisão Clínica: Inês Tello