A marcha por si só envolve a integração da atenção, do planeamento, da memória anterior e de um processo cognitivo-motor. Com a demência, surgem alterações nas funções cognitivas frontais que contribuem para as alterações na dinâmica da marcha.
As principais alterações na marcha são a diminuição do comprimento do passo e a diminuição da velocidade na marcha. Estas alterações contribuem para o surgimento de quedas, sendo necessário por vezes adoptar um auxiliar de marcha (ex: tripé ou andarilho).
É também fundamental o ensino aos cuidadores e familiares de estratégias de segurança durante o acompanhamento da marcha:
– Evite distrair ou conversar: de modo a que a pessoa concentre a sua atenção na marcha e no meio envolvente;
– Posicione-se atrás ou de lado: para prevenir e auxiliar caso surja um desequilíbrio;
– Utilize uma pega segura: no caso de a pessoa necessitar do apoio de 3ª pessoa. Poderá aconselhar-se com um profissional da área para auxiliar na escolha da pega, tendo em conta as capacidades motoras da pessoa;
– Concentre a atenção da pessoa no meio envolvente: ajudando-o a perceber para onde se dirige e a preparar previamente o surgimento de um obstáculo (ex: degrau);
– Utilize comandos verbais simples e directos: que possibilitem que a pessoa compreenda o que lhe está a ser transmitido (ex: “Vamos virar à direita.”; “Vamos agora subir um degrau.”);
– Dê um feedback positivo: de forma a promover a sua auto-estima e realçando as conquistas alcançadas.
Revisão Clínica: Mariana Mateus