Centro de Diagnóstico e Terapias: Alzheimer e Outras Patologias

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Alzheimer e Outras Demências: Alterações Comportamentais

Artist- Alberto Ruggieri

Quase todas as pessoas com demência manifestam alterações comportamentais em algum momento da doença. Algumas manifestações comportamentais que são frequentemente reportadas pelos cuidadores são:

  • Agitação
  • Agressividade
  • Deambulação
  • Desinibição

Alguns destes comportamentos podem sinalizar necessidades básicas da pessoa que não estão a ser supridas (ex: fome, dor, aborrecimento, isolamento). Olhar para as causas e pensar nas necessidades da pessoa pode ajudar a reduzir a frequência ou intensidade dos comportamentos desafiantes ou pode ajudar o cuidador a aceitá-los com maior naturalidade.

Regra geral, os cuidadores têm mais dificuldade em aceitar e gerir mudanças de comportamento ou da personalidade do que as alterações cognitivas características. Por exemplo, poderão ter mais dificuldade em aceitar a verbalização de palavrões do que os esquecimentos.

As alterações comportamentais são particularmente complexas de gerir pelos familiares porque são interpretadas como uma desintegração da identidade e da essência da pessoa com demência. Uma pessoa que outrora foi meiga, afável, preocupada com os outros poderá ter passado a ser agressiva (verbal e/ou fisicamente), e mais centrada sobre si.

É importante perceber que manifestar ou não manifestar comportamentos desafiantes não é uma escolha que a pessoa com demência faz de forma livre e consciente. A pessoa com demência pode ter menor capacidade para:

  • Reprimir um comportamento impulsivo ou primitivo (ex: comer tudo o que lhe aparece à frente),
  • Monitorizar o comportamento, classificando-o como apropriado ou não (ex: perceber que andar sem roupa pela rua não é um comportamento adequado),
  • Cessar o seu comportamento, mesmo que se aperceba que este é desadequado.

Esta consciencialização é extremamente difícil e muitas vezes necessita de ser facilitada por um profissional que conheça a patologia e que seja capaz de desconstruir atitudes e crenças sobre a pessoa com demência e redefinir expectativas. Somos nós quem nos temos que adaptar à pessoa com demência e não ao contrário.

Texto: NeuroSer