Causas possíveis dos problemas alimentares na pessoa com Doença de Alzheimer:
- Problemas orais, causados por próteses dentárias inadequadas, falta de dentes e/ou doenças das gengivas;
- Algumas doenças crónicas ou certos medicamentos podem diminuir o apetite;
- O centro da fome no cérebro, o hipotálamo, responsável pelo apetite, pode tornar-se disfuncional;
- Podem existir alterações da visão ou do olfacto;
- Pode, igualmente, existir uma alteração do paladar, o que condiciona uma diminuição do apetite;
- Muitas vezes a pessoa tem a boca seca, o que torna a deglutição difícil e a refeição desagradável;
- Ambientes novos ou não familiares podem causar agitação e confusão;
- Distracções, tais como muito barulho ou muita gente, podem influenciar negativamente a refeição.
- Alimentos pouco atractivos e refeições repetidas podem diminuir o apetite;
- Odores inoportunos, tais como cheiro a urina, também diminuem o apetite.
Outras Causas:
Por vezes, os problemas alimentares podem estar relacionados com o cuidador e não com a pessoa com demência. Por exemplo:
- A incapacidade de o cuidador transmitir instruções com objectividade pode confundir a pessoa com demência.
- A pressão para que coma depressa pode, obviamente, enervar a pessoa e dificultar a refeição.
- Muitas vezes, a falta de vontade da pessoa com demência em cooperar pode irritar o cuidador o que, por sua vez, agravará a ansiedade e irritabilidade da pessoa que poderá recusar-se a comer.
Como lidar com estas dificuldades:
- Efectuar consultas periódicas num médico dentista para a avaliação do estado da boca e dos dentes/próteses.
- Registar com precisão a medicação efectuada e discutir com o médico assistente a possibilidade de poder existir alguma interferência no apetite.
- Reduzir barulho e distracções na sala de refeições:
- Reduzir as distracções na mesa:
- remover toalhas ou “individuais”;
- servir um alimento de cada vez, se necessário.
Tornar as refeições mais fáceis:
- Usar taças ou chávenas em vez de pratos e maiores do que as porções de alimentos, para evitar que se entornem.
- Não utilizar utensílios de plástico por serem demasiado leves para se manipularem e poderem partir-se na boca.
- Servir alimentos que se possam comer com as mãos tais como pedacinhos de batata cozida, queijo, mini-sandes, pedacinhos de frango, fruta ou vegetais, pois muitas vezes os doentes recusam sentar-se para comer.
- Se necessário, dar instruções verbais como “mastigue agora”, “engula agora”, espaçadamente.
- Exemplificar como se mastiga.
- Humedecer os alimentos com molho ou água.
- Servir alimentos macios e finamente cortados.
- Oferecer alimentos pequenos, um de cada vez, pacientemente.
Atenção: As dificuldades em deglutir podem provocar aspirações de alimentos para os pulmões. Esteja atento a sinais de engasgamento frequente e a tosse frequente durante e após as refeições. Poderá ser necessária a intervenção médica ou de um terapeuta da fala para avaliação e intervenção em casos de alterações na deglutição (disfagia).
Revisão Clínica: Inês Tello