Em muitos casos, a demência está relacionada com doenças neurodegenerativas cuja progressão, até ao momento, não pode ser interrompida, ou com acidentes vasculares cerebrais cujas lesões são irreversíveis. No entanto, numa pequena percentagem de casos, as causas são potencialmente reversíveis, podendo responder em parte ou na totalidade a um tratamento específico.
Quais são as principais causas de demência potencialmente reversíveis?
A demência induzida por fármacos é a causa mais frequente de demência reversível. Há fármacos que interferem com a atenção o raciocínio, a memória e/ou a linguagem, podendo diminuir as capacidades cognitivas e simular uma demência.
A incidência de reacções secundárias aos fármacos aumenta em função da idade, do uso simultâneo de diferentes medicamentos (polifarmácia) e à existência de doenças concomitantes (especialmente renais, hepáticas e cardíacas) e por isso os idosos são mais propensos a esta situação.
Outras causas adicionais de demência “reversível” podem ser as perturbações metabólicas/endócrinas como o hipotiroidismo, os défices graves de vitamina B12 ou de ácido fólico ou ainda algumas infecções sistémicas mas podem ser diagnosticadas mediante análises laboratoriais.
É possível identificar as causas de demências potencialmente reversíveis?
É importante procurar assistência médica quando existem queixas de mudança nas capacidades cognitivas como, por exemplo, esquecimentos, desorientação e dificuldade de concentração.
O médico avaliará a evolução dos sintomas, medicação e interacções medicamentosas e fará um exame clínico que orientará o pedido de exames complementares. Nesses exames está incluído, por regra, o despiste de causas tratáveis de demência.
Texto: NeuroSer